A São Silvestre na sua 90° edição

Pra mim, que sou fã das grandes performances e dos atletas de elite,  foi uma grande edição, pois nomes conhecidos no mundo todo marcaram presença e fizeram bonito.

Há algum tempo não víamos tanta gente qualificada chegando na Av. Paulista brigando pelas primeiras posições.
Em  menos de 30 segundos chegaram os 6 primeiros colocados. Não tivemos nenhum tempo extraordinário, pois correram com estratégia, mas foi justamente isso que rendeu emoção até os metros finais.

O que me deixou mais feliz ao assistir foi ver tanta gente boa aqui!
Stanley Biwott do Quênia ( 2º colocado na maratona de Londres 2014 com PB 2:04:55 e na meia maratona PB 58:56), Tariku Bekele da Etiópia (medalha de bronze nos 10.000 metros nas Olimpíadas de Londres 2012 e Campeão Mundial de pista coberta nos 3.000 metros rasos em 2008), outro queniano Cybrian Kotut  (4º colocado na Meia Maratona de Nova Delhi 2014 com PB 59:12), alguns mais conhecidos por aqui como Mark Korir e Stanley Koech ambos também do Quênia ... 
Apesar de tantos nomes conhecidos, alguns em especial me chamou muito a atenção: O do campeão, é claro. O etíope Dawti Admasu de apenas 19 anos, que correu o tempo todo sem parecer se esforçar tanto e provou que nem sempre o melhor currículo faz o campeão. O quinto colocado, o brasileiro Giovani dos Santos que buscou seu lugar no pódio faltando apenas 1 quilômetro e deixou pra trás nomes de peso, o que engrandece ainda mais o resultado do nosso representante. E mais dois brasileiros que chegaram entre os 10 primeiros colocados,  Damião e Ederson.

Apesar de tantos nomes importantes no cenário mundial, os comentaristas mal sabiam quem estava ali competindo. Elegeram alguns nomes como favoritos e citavam praticamente apenas esses durante toda a prova. Além disso, diversas vezes foi citado que o Giovani estava perdendo uma posição em relação aos anos passados, anos esses que tinham um start list que não chegava nem perto do dessa edição. Será que chegar na frente de nomes tão importantes para o atletismo mundial e tão perto de outros significa perder uma posição? Sim, se tratando apenas de números, mas não em questão de importância.

 (Giovani e Stanley Biwott no posto de hidratação)

( Giovani já em sexto colocado no centro de São Paulo)

 (Pelotão líder na subida da Brigadeiro)

(Após o sprint final Dawti vence a SS 2014)

( Após a chegada Stanley Koech, Dawti, Giovani e Cybrian desabam)

O feminino também não ficou pra trás e veio com nomes de peso. A mais famosa era a queniana Priscah Jeptoo, detentora atual do título das Majors e medalha de prata no Jogos Olímpicos de Londres 2012 na maratona ( meia maratona PB 1:06:11 e maratona PB 2:20:14), Ymer Wude Ayalew  que já tinha vencido a São Silvestre em 2008 e foi segunda colocada em 2011 quando Priscah venceu com recorde. A campeã da edição passada, Nancy Kipron e a brasileira Joziane Cardoso que recentemente venceu a Volta da Pampulha.

Sem dúvida essa edição foi uma das mais fortes dos últimos anos, se tratando de nomes.

A classificação final foi: 

1. Dawit Admasu ( Etiópia ) - 45:04
2. Stanley Koech ( Quênia ) - 45:05
3. Fabiano Naasi ( Tanzânia ) - 45:10
4. Mark Korir ( Quênia ) - 45:19 
5. Giovani dos Santos - 45:22
6. Cybrian Kotut ( Quênia ) - 45:27 
7. Damião Ancelmo de Souza - 46:10 
8. Joseph Panga ( Quênia ) - 46:27 
9. Tariku Bekele ( Etiópia ) - 46:30 
10. Ederson Vilela - 46:37

E no feminimo:

1. Ymer Ayalew ( Etiópia ) - 50:43
2. Netsanet Kebede ( Etiópia ) - 50:46
3. Priscah Jeptoo ( Quênia ) - 51:29 
4. Feyse Boru ( Etiópia ) - 52:31
5. Delvine Meringor ( Quênia ) - 52:34 
6. Nancy Kipron ( Quênia ) - 52:50
7. Failuna Abdi Matanga ( Tanzânia ) - 53:15
8. Joziane Cardoso - 53:18
9. Sueli Pereira da Silva - 53:36
10. Layesh Abebaw ( Etiópia ) - 54:07



Mudança:

Uma novidade que muito me agradou foi a largada usando os dois lados da Avenida Paulista. Era uma das principais queixas o tempo que levava de quem largava lá atrás até chegar ao pórtico de largada. 
Com certeza essa manobra trouxe melhorias para esse quesito.

2015 mal começou, mas já estou pensando na próxima edição da São Silvestre. Na verdade torcendo para que seja mantido o mesmo nível do pelotão de elite. 
Que volte cada vez mais os europeus, os melhores africanos, sul americanos e que os brasileiros continuem fazendo bonito e chegando lá na frente mostrando o seu valor.

Até lá!



Fotos: Tião Moreira e Nelson Freitas.