segunda-feira, 28 de março de 2016

Quênia x Mo

Quênia x Mo


       Os fãs de atletismo de alta performance esperaram ansiosos por esse dia, o da revanche. O duelo foi anunciado e seria a chance dos atletas quenianos descontarem a vitória de Mo Farah no último campeonato mundial, onde ele venceu os 5.000 e 10.000 metros. Dois dos atletas daquela ocasião, dos 10 mil, estavam alinhados novamente para a disputa, e eles, juntos com Mo, eram os favoritos: Geoffrey Kamworor e Bedan Karoki Muchiri. 



        O palco da disputa foi a Meia Maratona de Cardiff, no País de Gales, que dessa vez sediou o campeonato mundial da distância, contando com os melhores corredores de cada país e engrandecendo ainda mais o evento com uma bela demonstração de performance dos atletas que ali estavam. 
     Como sempre, os países africanos, em especial Quênia, Eritréia e Etiópia, marcaram presença no pelotão de frente, que ditou um ritmo alucinante até a linha de chegada. Os primeiros 5 quilômetros foram completados em 14'10, ritmo de 2'50 por km, e aí o pelotão tinha cerca de 15 atletas, entre eles Mo Farah, que recebia grande atenção.

                                      


     Daí pra frente, meu amigo...

     O pelotão liderado pelos quenianos disparou. Nele iam os favoritos, e Mo logo atrás. Do km 5 para o 10, fizeram simplesmente 13'49, ou 2'46 por km. É mole!? E assim completaram os 10 km para 27'59.
     Não satisfeitos, nos 5kms seguintes foram mais fortes ainda, completando em 13'42 ou 2'44 por km, passando o 15° km em 41'41. Mo Farah nesse momento já tinha ficado para trás e completou os 15kms em 42'03, novo recorde da Europa para a distância. O antigo melhor registro era de 22 anos atrás, de Jon Brown, que marcou 42'39 na ocasião.



     Após 10 quilômetros em 27'30 ou 2'45 de média (entre o quinto e décimo quinto km), aquele pelotão de cerca de 15 atletas, pouco a pouco transformou-se num duelo de atletas quenianos. 
     Geoffrey Kamworor e Bedan Muchiri seguiam na disputa entre equipe e na briga contra a chuva que chegou. Do km 15 para o 20, foi o trecho mais lento da competição, justamente por conta da chuva e ventos fortes. Geoffrey que no km 20 já estava com 8 segundos de vantagem contra o seu companheiro, completou em 14'24 o último bloco de 5km e seguia rumo a vitória.



     Nesse momento um segundo pelotão se formava. Nele, dois etíopes, Abayneh Ayele e Tamirat Tola, um queniano, Simon Cheprot e Mo Farah, que enfrentavam a forte chuva.

   Se lá na frente já sabíamos que a corrida não seria disputada em um sprint final, aqui poderíamos ter certeza que sim, pois já é mais que sabido: onde tem Mo Farah, tem sprint! 


 
  Voltando para o Geoffrey: não deu outra, o cara sagrou-se bi-campeão mundial da distância com seus 23 anos de idade, apenas 2 segundos mais lento que sua vitória anterior em 2014 e 16 segundos da sua melhor marca que é 58:54.
    Marcando 59:10 e pace médio de 2'48 por quilômetro, mais uma vez ele deu uma demonstração de talento e força, entre inúmeras já dadas, e mostra que vem com tudo para o Rio, onde integrará a equipe nos 10.000 metros, o que promete mais um espetáculo e um duelo contra o atual campeão.



    Bedan Karoki Muchiri, chegou logo atrás com 59:36 conquistando a prata e deixando na história uma das mais belas disputas que já vimos.



    
       Segundos depois, as atenções estavam na disputa pelo bronze, que na reta final trazia três corredores na briga, os etíopes e o atleta da casa.




      Mohamed Farah saiu vitorioso na disputa pelo terceiro posto, graças ao seu conhecido sprint final, completando os 21.097 metros em 59:59, o que não deu vantagem nem de 1 segundo para o quarto colocado, Abayneh Ayele, que pela primeira vez correu abaixo dos 60 minutos na distância. 
     Mo saiu derrotado no reencontro com os quenianos que ele havia vencido no último embate, e o desapontamento era visível. 


   
    
    E agora, como será o próximo encontro?

    Sigo aqui ansioso aguardando esse desempate. Não há dúvidas que estamos falando de possivelmente os dois melhores atletas da atualidade entre 10.000 metros e meia maratona, o que faz de nós espectadores ainda mais curiosos com o duelo. 
    Mo Farah, indiscutivelmente é considerado o melhor atleta de fundo da atualidade por muitos, com marcas incríveis desde os 1.500 até a meia maratona. Outros consideram Geoffrey, por ser o maratonista mais rápido da história." Como assim? O recorde não é dele, Léo!". Geoffrey é o maratonista ( foi segundo na última de Nova Iorque) mais rápido em 10.000 metros de todos os tempos, em atividade nas duas provas. Ano passado ele completou a distância em 26:52.65 (pace 2'41), e foi segundo no campeonato mundial nessa distância, perdendo justamente para Mo Farah.


Por enquanto está assim: 1X1.
  

Campeonato Mundial 2015/ 10.000 metros
Campeonato Mundial 2016/ Meia Maratona




      O Brasil também esteve lá com apenas dois representantes, Wellington Bezerra, mais conhecido como "Cipó" e Valdilene dos Santos a "Nininha". Fico triste com a delegação pequena, mas feliz com os resultados desses dois guerreiros que nos representaram muito bem. Cipó marcou 1:04:43, e ficou na 34° colocação, e Nininha 1:14:38 na 45°. Parabéns meu queridos!!!




Resultado Oficial:




Fotos: Getty Images e Jiro Mochizuki


         Agradeço a visita, desejo uma boa semana e peço que assinem o blog para que fiquem por dentro de tudo. Mais postagens no instragam @leonardorunnig e no meu facebook


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     Até a próxima!